A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou que, a partir desta terça-feira, 1º, entrará em vigor a bandeira tarifária vermelha patamar 2, resultando em um encarecimento da conta de luz para os consumidores.
De acordo com a decisão da Aneel, no próximo mês haverá uma cobrança adicional de R$ 7,87 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Esse valor representa um aumento em relação ao mês de setembro, que estava sob a bandeira vermelha patamar 1, com um acréscimo de R$ 4,46 a cada 100 kWh.
Esse será o maior patamar de cobrança adicional estabelecido pela agência desde abril de 2022, quando a bandeira "escassez hídrica" estava em vigor.
Os fatores que levaram a Aneel a acionar a bandeira vermelha patamar 2 incluem o risco hidrológico e a elevação do Preço de Liquidação de Diferenças (PLD), que é o valor da energia elétrica calculado para um determinado período.
Na prática, as previsões de baixa afluência de chuvas para os reservatórios das hidrelétricas, juntamente com o aumento do preço no mercado de energia elétrica ao longo de outubro, contribuíram para essa elevação do PLD.
Impacto na inflação
A ativação da bandeira tarifária vermelha patamar 2 gerou avaliações entre analistas do mercado financeiro sobre seu impacto na inflação. As projeções variam. A CM Capital estima que a bandeira vermelha patamar 2 influenciará em 0,45 ponto porcentual sobre o IPCA.
Homero Guizzo, economista da Terra Investimentos, calcula que o impacto da nova bandeira na inflação do próximo mês será de 0,21 ponto porcentual e adiou sua previsão para o retorno da bandeira vermelha para o patamar 1 de novembro para dezembro.
Daniel Xavier, economista do Banco ABC Brasil, prevê um acréscimo de 0,18 ponto porcentual no IPCA para este mês. "Considerando todos os outros fatores constantes, temos 0,41% para esse número (IPCA) de outubro, já com a bandeira vermelha patamar 2 embutida", complementa o economista.
O sistema de bandeiras tarifárias, implementado em 2015, atingirá em outubro o total de 60 acionamentos nas classificações amarela, vermelha 1, vermelha 2 ou a de maior impacto, a bandeira de "escassez hídrica".
O objetivo desse sistema é informar os consumidores sobre os custos da geração de energia no País e suavizar os efeitos nos orçamentos das distribuidoras de energia.
Dicas para economizar
Segundo a Enel, a concessionária responsável pelo abastecimento no Ceará, o chuveiro elétrico é o maior consumidor de energia em uma residência. Uma recomendação é manter a temperatura do chuveiro na função verão.
Além disso, é aconselhável aproveitar ao máximo a luz natural, trocar lâmpadas por modelos de LED, evitar deixar a TV ou o computador ligados sem uso e abrir a geladeira o mínimo possível.
O ferro de passar roupa, que pode representar até 7% da conta de luz, deve ser utilizado na temperatura adequada e o mínimo de vezes possível.
Por outro lado, o ar-condicionado deve ser ajustado para 23ºC, mantendo portas e janelas fechadas. Assim como no caso do ferro, deve-se acumular o máximo de roupas possível antes de usar a máquina de lavar.