Gusttavo Lima é acusado de lavagem de dinheiro e organização criminosa, embora sua defesa negue as acusações. Agora, cabe ao Ministério Público decidir se fará a denúncia à Justiça.
A Operação Integration envolve, além do cantor, a influenciadora digital Deolane Bezerra, bicheiros e empresários.
Cofre com R$ 150 mil
Na sede da Balada Eventos e Produções, empresa de Gusttavo em Goiânia (GO), a polícia encontrou um cofre com cerca de R$ 150 mil em dinheiro vivo (notas de dólares, euros e reais). A polícia considera isso um indício de lavagem de dinheiro, enquanto a defesa afirma que o montante era destinado ao pagamento de fornecedores.
R$ 8 milhões em notas sequenciais
A investigação também encontrou 18 notas fiscais sequenciais, emitidas no mesmo dia por outra empresa do cantor, a GSA Empreendimentos. Essas notas totalizavam mais de R$ 8 milhões por serviços de uso de imagem e voz do cantor, direcionadas à PIX365 Soluções, que também está sob investigação. A polícia vê isso como outro indício de lavagem de dinheiro. A defesa do cantor afirma que todos os valores foram declarados e os impostos pagos.
Os aviões
Outro ponto de suspeita é a negociação irregular de um avião da Balada Eventos, que foi vendido duas vezes entre 2023 e 2024 para empresários ligados a jogos ilegais. A primeira venda foi por US$ 6 milhões e a segunda por R$ 33 milhões. A polícia descobriu que tanto o contrato quanto o distrato da primeira venda foram emitidos no mesmo dia, enquanto o laudo que apontou falhas mecânicas foi feito um mês depois. O avião foi vendido novamente sem laudos de reparo, e a transação incluiu um helicóptero anteriormente adquirido por Rocha Neto, que voltou para Gusttavo.
A investigação sugere que o dinheiro lícito e ilícito foi misturado para dar aparência legal às transações. Renato Rocha, delegado geral da Polícia de Pernambuco, afirmou que "é uma forma de lavagem, transitar o dinheiro através de várias pessoas físicas ou jurídicas, buscando não facilitar o rastreamento deles".
A defesa de Gusttavo afirma que os contratos foram realizados por empresas e seus representantes legais, o que afastaria a possibilidade de lavagem de dinheiro. Também alegam que a análise policial tem falhas e que as transações foram feitas de maneira transparente.
Vai de Bet
Gusttavo Lima se tornou sócio da marca Vai de Bet em julho, empresa que está sendo investigada. Rocha Neto afirma que o cantor teria 25% de participação, mas que nunca foi sócio ativo. Documentos encontrados pelos investigadores indicam que Gusttavo pode ter sido um "dono oculto" da empresa antes de se formalizar como sócio.
Em depoimento, um conselheiro do Corinthians mencionou que Gusttavo Lima era um dos sócios da Vai de Bet. A defesa do cantor nega essa associação e afirma que o contrato encontrado se refere a uma porcentagem em caso de venda da marca.
Viagem para a Grécia
José André da Rocha Neto e sua esposa, Aissla, ambos investigados, têm rendimentos incompatíveis com suas movimentações financeiras. No dia da operação, Gusttavo Lima foi intimado a depor, enquanto Rocha Neto e a esposa tiveram prisões decretadas.
Gusttavo estava na Grécia celebrando seu aniversário em um iate de luxo, onde Rocha Neto e Aissla também estavam. A polícia investiga se o casal pegou carona no avião do cantor e desembarcou antes em Espanha, possivelmente para evitar a prisão.
A suposta ajuda a foragidos levou à decretação da prisão de Gusttavo Lima em 16 de setembro, mas a decisão foi revogada em menos de 24 horas.