O Estado do Ceará está imerso em uma crise de segurança pública que se agrava a cada dia, refletida na situação alarmante no Residencial Cidade Jardim II, no bairro José Walter, em Fortaleza. Entre 1º de fevereiro de 2020 e 16 de maio de 2024, a área foi palco de 38 homicídios, um número que revela a total incapacidade das autoridades locais em controlar a crescente violência associada às facções criminosas que dominam a região.
A situação chegou a níveis insustentáveis, evidenciados pela recente e chocante morte de um adolescente de 15 anos com transtorno de espectro autista. O jovem foi brutalmente baleado no Residencial José Euclides, no Bairro Jangurussu, na noite de terça-feira (30), que coincidiu com o aniversário de sua mãe. Este ato de violência não apenas ilustra a crueldade das facções, mas também expõe a ineficácia do Governo do Estado em proteger seus cidadãos mais vulneráveis.
Apesar das ações da Polícia Civil em parceria com o Exército Brasileiro, que levaram à prisão de quatro Colecionadores, Atiradores e Caçadores (CACs) e à apreensão de 18 armas de fogo, a resposta das autoridades é claramente insuficiente. O secretário da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará, Roberto Sá, parece subestimar a gravidade da crise ao comparar a situação com o Rio de Janeiro, onde também enfrentou desafios semelhantes. Sua comparação apenas sublinha a falta de progresso significativo na gestão da segurança pública no Ceará.
A persistente violência e a dificuldade em reprimir as facções criminosas demonstram uma falha crítica na estratégia de segurança do Estado. A inação e a resposta tardia do governo ressaltam a necessidade urgente de uma reavaliação e reforma profunda nas políticas de segurança pública para enfrentar de forma eficaz a crise que assola o Ceará.