Mais um sócio do laboratório PCS Saleme, que está sendo investigado no caso dos transplantados infectados com HIV, foi preso nesta quarta-feira (23) no Rio de Janeiro. Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira era o último envolvido no inquérito que ainda estava em liberdade.
Ele se apresentou à Polícia pela manhã, acompanhado de seu advogado. Um pedido de prisão estava em aberto desde terça-feira (22). As informações são do g1.
Matheus é primo do deputado federal e ex-secretário estadual de Saúde, Dr. Luizinho (PP). Ele e outros cinco funcionários do laboratório foram denunciados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e se tornaram réus no processo.
O advogado do sócio, Afonso Destri, informou que pretende entrar com um pedido de habeas corpus, considerando a prisão "arbitrária". "A decisão é absolutamente ilegal e constitui clara antecipação de pena, sem processo, sem julgamento. Não traz qualquer fato concreto que autorize a prisão preventiva. Matheus sempre colaborou com as investigações, tanto que sequer foi alvo de prisão temporária", afirmou o jurista ao g1.
Crimes
Se condenados, os denunciados podem responder por associação criminosa, falsidade ideológica e lesão corporal. Além disso, uma funcionária do laboratório, identificada como Jacqueline Iris Barcellar de Assis, também pode ser responsabilizada por falsificação de documento particular.
"Os denunciados tinham plena ciência de que pacientes que recebem órgãos transplantados recebem imunossupressores para evitar sua rejeição, e que a aquisição de qualquer doença em um organismo já fragilizado, principalmente HIV, seria devastadora", destacou a promotora do MPRJ.
Lembre o caso
Seis pessoas testaram positivo para HIV após receberem órgãos infectados em cirurgias realizadas no Rio de Janeiro. A infecção dos pacientes começou a ser investigada em setembro deste ano, após um transplantado apresentar complicações neurológicas nove meses após a operação.
Os exames dos órgãos doados foram realizados pelo laboratório PCS Lab Saleme, contratado por licitação pela Fundação Saúde, do Governo do Estado. Após a repercussão do caso, o estabelecimento foi interditado cautelarmente.